Porque sou uma cigana e você um extraterrestre

Porque sou uma cigana e você um extraterrestre

Você é estranho no seu jeito de ser

Confunde minha cabeça

Cria seu mundo dentro de uma bolha azul

E me pergunto se cabe outro alguém

Além dos seus conceitos e suas fantasias

Eu queria conhecer como é seu mundo

Só não sei se estou disposta a pagar o preço da entrada

Como quem tira os sapatos para entrar numa sala chinesa

Eu não me vou despir dos meus trajes para participar da sua ceia

Mas ao mesmo tempo, a vontade e a curiosidade que você me causa

Bagunça-me. E desperta um libido

Uma vontade de descobrir o gosto do seu mel

E qual a intensidade da sua ventania

Mas viver a tempestade é como sair sem guarda-chuva

E nos furacões que estive não restou nada

Além de boas memórias e destruição

É época de mares tranqüilas, pois é onde estou colocando meus barcos

Abro mão da intensidade e da curiosidade do seu corpo e da sua bolha

A menos que um dia enxergue que esta viagem é para dois

Conheço sua insegurança e sua vaidade exacerbada

Manifestado em uma muralha onde só cabe o egoísmo

Mas ele não vem da sua natureza!

Talvez, e só talvez... Um dia

Algum dia eu descubra o sabor da sua essência

Mas não me desgastarei até lá

Pois minhas papilas podem não estar a sua disposição

Sinto a preciosidade do seu cheiro, pois é único

E como todo diamante precisa ser lapidado

Mas não permitirei que as pontas me acertem

Pois, a estrada é a mesma

Mas já não sou a mesma menina

Sentada à beira da estrada

À espera da viagem perfeita.

Lizie Alvarenga Zanetti 02:47 02/04/2010 sexta-santa

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